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Minicursos

Inscrições para participação nos Minicursos estarão disponíveis a partir do dia 1 de Dezembro pelo site da UNESP.

Cada inscrito poderá participar de até 2 minicursos, não-concomitantes, conforme os horários informados. O sistema ainda continua dando problemas na opcão de minicursos. Não está aceitando duas opções. Peço que enviem um e-mail para contatovicieam@gmail.com com o assunto ADICIONAR MINICURSO EM MINHA INSCRIÇÃO. Incluiremos manualmente depois do dia 31/03. Os valores adicionais poderão ser pagos no evento.  É de exclusiva responsabilidade dos interessados se atentarem aos horários dos minicursos no momento da inscrição. 

 

 

 

Minicurso 1

16/06 a 18/06 das 16:30 à 18:30

Plautus and Slavery: Sexualities and Theater*

 

 Profa. Dra. Amy Richlin (UCLA)

*Minicurso será apresentado em Inglês.

 

 

Ancient historians often say that there is no evidence from slaves themselves about their experience of slavery.  In my new work, I argue that in fact there is a great deal of evidence in what remains of Roman comedy from the 200s BC, mainly the plays of Plautus.  As C. W. Marshall showed in his book, Stagecraft and Performance of Roman Comedy (2006), the plays were partly improvised by the actors; scholars generally agree that the actors were slaves, or men of very low social standing.  It is clear that Roman comedy (the palliata) began to develop early in the 200s BC, so that the plays reflect the circumstances of those years:  a world at war, in which mass enslavement was common, and the Italian peninsula was full of people displaced by war -- refugees as well as slaves and freed slaves; many people of hybrid background.  These people formed the audience as well as the actors and writers of the palliata.  In these circumstances, it is not surprising that the plays are full of the experiences of slaves, and that slaves are central characters in the plays; these characters have a great deal to say about their sexual use by owners, and the threat of sale into the sex trade is a major plot point in many of the plays.  Moreover, since men played all the parts, there is a major element of drag in the plays.  In our minicurso, we will read Plautus's play Persa, discuss some of the sexual issues that arise in the plays, and go on to consider why the history of the sexual use of slaves is fundamental to an understanding of ancient sexuality.  We will also practice a role-playing exercise useful for teaching undergraduates about Roman comedy in historic context.

 

Reading:

 

*Posted on Amy's academia.edu webpage.

 

Binsfeld, Andrea.  2009.  "Imagens da escravidão na Antiquidade como meios de auto-representação."  Varia Historia 25.41:  27-42. 

Ferreira, Lúcio Menezes, and Pedro Paulo A. Funari.  2015.  "The Archaeology of Slavery Resistance in Ancient and Modern Times:  An Initial Outlook from a Brazilian Perspective."  In Rethinking Colonialism:  Comparative Archaeological Approaches, ed. Craig N. Cipolla and Katherine Howlett Hayes:  190-212.  Gainesville:  University Press of Florida.

Levin-Richardson, Sarah.  2013.  "Fututa Sum Hic:  Female Subjectivity and Agency in Pompeian Sexual Graffiti."  Classical Journal 108.3:  319-45.

Lewis, David.  2011.  "Near Eastern Slaves in Classical Attica and the Slave Trade with Persian Territories."  CQ 61:  91-113.

Marshall, C. W.  2013.  "Sex Slaves in New Comedy."  In Slaves and Slavery in Ancient Greek Comic Drama, ed. Ben Akrigg and Rob Tordoff:  173-96.  Cambridge, UK:  Cambridge University Press.

*Richlin, Amy (trans.).  2005.  Rome and the Mysterious Orient:  Three Plays by Plautus.  Berkeley:  University of California Press.  Translation of Plautus's Persa.

*Richlin, Amy.  2013.  "Role-Playing in Roman Civilization and Roman Comedy Courses:  How to Imagine a Complex Society."  CJ 108.3:  347-61.

*Richlin, Amy.  2014.  "Talking to Slaves in the Plautine Audience."  CA 33.1:  175-226. 

 

 

 

 

 

 

 

 

Minicurso 2

16/06 a 18/06 das 16:30 à 18:30

A Identidade Dos Primeiros Cristãos: Dinâmicas, Conflitos e Resistências

 

  • Prof. Me. Alessandro Arzani (Doutorando UFRGS)

 

Os cristãos têm um protagonismo especial na história do Ocidente e as pesquisas e análises sobre o surgimento e a expansão da religião cristã apresentam um cenário rico em contrastes e desafios. Se ao empregamos o termo “cristãos”, hoje, nos referimos genericamente a um vasto número de pessoas com crenças relativamente comuns e relativamente diversas que si identificam sob este nome, semelhantemente o nome cristão pode ocultar uma variedade de crenças e contrastes nos primeiros séculos de nossa Era. A princípio, os seguidores de Jesus enfrentaram atritos com os próprios judeus. O acolhimento dos não judeus ao grupo acrescentou-lhes um caráter diversificado e proporcionou o desafio de superação de antigas tradições judaicas, além de abrir margem para novas perspectivas culturais. O desenvolvimento da mensagem cristã é marcado por uma base judaica e diversos elementos do rico quadro cultural do Império. A relação dos cristãos com o Império Romano passa de um período de relativa tolerância, com algumas perseguições e condenações locais nos séculos I e II, para uma situação muito complicada no III. Nestes três primeiros períodos é possível contemplar o nascimento de uma religião que parte primeiramente da organização em pequenos grupos dedicados a reflexão e prática de suas crenças e se expande em números, territórios, complexidade e variedade de ideias. Longe de uma estrutura bem definida e de alguma suposta linearidade no desdobramento deste período inicial, encontram-se núcleos com ideias divergentes e contraditórias pensando e repensando suas crenças. Neste cenário aparecem gnosticismo, práticas mágicas, marcionismo e montanismo, entre outros. Dentro deste contexto plural, estabelecem-se jogos de forças em torno da afirmação da identidade dos grupos e ainda do que significaria ser “cristão”. Neste curso vamos discutir as dinâmicas, os conflitos e as resistências em torno da identidade cristã no desenrolar dos três primeiros séculos.

 

Minicurso 3

16/06 a 18/06  das 08:00 à 10:00

 

Documentação Militar e Eclesiástica Na Antiguidade Tardia: Perspectivas Político-Culturais (Sécs. Iv E V D.C).

 

  • Bruna Campos Gonçalves – Doutoranda em História - Unesp/Franca

  • Daniel de Figueiredo - Doutorando em História - Unesp/Franca

 

A proposta do minicurso é apresentar formas de abordagens utilizadas pela moderna historiografia no tratamento dos documentos textuais produzidos nos séculos IV e V d.C. referentes as questões militares e eclesiásticas. Existem diferentes tipos de documentos que retratam os acontecimentos militares e eclesiásticos no período. A análise desses artefatos discursivos abrangerá as condições de produção, circulação e transmissão deles, de modo a ensejar perspectivas de análises mais abrangentes no plano político-cultural e militar.

 

Programa:

  • 1º dia: Apresentação da diversidade da produção escrita na Antiguidade Tardia que aborda temas político-religiosos e militares.

  • 2º dia: Discussão sobre os textos com abordagem militar produzidos no século IV d.C.:  Res Gestae (Amiano Marcelino), Epitoma Rei Militaris (Vegécio) e De Rebus Bellici (Autor Anônimo).

  • 3º dia: Análise do gênero epistolar nas controvérsias teológicas do século V d.C.: estilos de escrita, tipos de cartas, conservação, recepção, transmissão, redes de sociabilidade e jogos epistolares.

 

Bibliografia:

 

ACTA CONCILIORUM OECUMENICORUM. Tomus I. Edidit Eduard Schwartz et al. Berlin et Leipzig: Walter de Gruyter & Co., 1914-

FLÁVIO VEGÉCIO RENATO. Compêndio da Arte Militar. Com uma tradução para o português de João Gouveia Monteiro e José Eduardo Braga. São Paulo: Annablume; Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011.

GOFFART, Walter. The Date and Purpose of Vegetius’ ‘De Re Militari’. Traditio, vol. 33, 1977, p. 65-100.

HAGGE, John. Ties that bind: ancient epistolography and modern business communication. Journal of  Advanced Composition, Vol. 9, 1989, p. 26-44.

MARCELLINUS, Ammianus. History. With an english translation by John C. Rolfe. London: The Loeb Classical Library, 1982, 3v.

MORELLO, Ruth; MORRISON, Andrew D. (Org.). Ancient Letters: classical and late antiquity epistolography. New York: Oxford Univ. Press, 2007.

PSEUDO-LIBANIUS. Epistolimaioi Caractheres. In: Lettres pour toutes circonstances. Trad. Pierre-Louis Malosse. Paris: Les Belles Lettres, 2004, p. 21-39.

THOMPSON, E. A. A Roman Reformer and Inventor: Being a new Text of the Treatise De Rebus Bellicis with Translation and Introduction. Oxford: Oxford University Press, 1952.

______.The Historical Work of Ammianus Marcelinus. Cambridge: Cambridge University Press, 1947.

TRAPP, Michael. Greek and latin letters: an antology with translation. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

 

 

Minicurso 5

16/06 a 18/06  das 08:00 à 10:00

 

Sexo e Sexualidade na Literatura Medieval

 

  • Profa. Me. Luciana de Campos (PPGL-UFPB/NEVE)

 

Apesar de ter sido omitida durante muitas décadas das pesquisas dos medievalistas, a sexualidade é um tema muito presente em diversas narrativas literárias da Idade Média. Ela pode ser presentadas como o tema principal de determinadas narrativas, como servir de pano de fundo para muitas estórias, tanto moralizantes quanto críticas, ou mesmo alegóricas e ter grande influência do cotidiano social. Por meio destas narrativas literárias, pode-se entender melhor tanto a vida sexual de homens e mulheres, quanto as ideologias religiosas e sociais que permearam suas práticas. As principais fontes literárias (corpus) que utilizaremos para análise são as narrativas do Táin Bó Cooley ou A razia da vacas de Cooley (narrativa de base oral irlandesa compilada no século XIII) e os Fabliaux (escritos nos século XII e XIII na França e também de base oral). Nossa metodologia de análise das práticas sexuais representadas nessa literatura é a perspectiva da história das mulheres, como Jacques Rossiaud, Kaplish-Zuber, e especialmente, a obra de Georges Duby e Jacques Le Goff.

 

Conteúdo programático:

  • Introdução ao tema da sexualidade Medieval

  • A sexualidade nas literaturas de base oral da Idade Média Central

  • A sexualidade na literatura folclórica medieva

 

Bibliografia:

DUBY, Georges. Idade Média, idade dos homens. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

DUBY, Georges; PERROT, Michele (org.) História das Mulheres no Ocidente. Vol. II, “A Idade Média” coordenação de Chirsthiane Kaplish-Zuber. Lisboa: Edições Afrontamento, 1993.

DUBY, Georges et al. Sexualidades Ocidentais. Rio de Janeiro: Paz e Terra: 1992.

ROSSIAUD, Jacques. A prostituição na Idade Media. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

 

 

Minicurso 9

16/06 a 18/06  das 16:30 à 18:30

 

Heresias na Idade Média: Historiografia e Fontes

 

  • Profa. Me. Patrícia Antunes;

  • Profa. Claudia Trindade de Oliveira.

 

Ante ao quadro da complexa ortodoxia e os conservadorismos clericais de certos membros da Igreja Católica Romana durante o período do Medievo, alguns movimentos surgem como um alento em um combate pela fé. Mais do que isso, faz-se necessário pensar a história desses movimentos, então considerados como heresias, a partir das relações entre o poder espiritual e o poder secular. Desse modo, os movimentos heréticos surgem como aspecto do renascimento religioso dessa época e como subproduto das mudanças culturais, sociais e econômicas do período. Diante disso, o presente minicurso tem a intenção de suscitar algumas reflexões sobre tais grupos a partir da discussão de algumas fontes e da historiografia relacionada ao tema, levando-se em consideração que nessa sociedade unitarista e por excelência cristã, a exclusão da Igreja significava a própria marginalização social.

 

 

Programa:

  • 1. Aspecto conceitual: discussão sobre o significado etimológico do termo heresia, bem como de suas diferentes conotações no decurso da história.

  • 2. Heresias no Medievo: breve apresentação dos principais grupos heréticos do período e suas características.

  • 3. Historiografia: apresentação das diferentes perspectivas de estudo relacionadas ao tema.

  • 4. Fontes: discussão de algumas fontes e suas origens. 

 

 

 

 

Minicurso 4

16/06 a 18/06  das 16:30 à 18:30

 

Identidades e Sexualidades da Era Viking e Mitologia Nórdica

 

  • Prof. Dr. Johnni Langer (UFPB/NEVE)

 

O tema da sexualidade na Escandinávia da Era Viking tem recebido ampla divulgação midiática por meio do sucesso da série televisiva Vikings do History Channel. O propósito básico deste curso é fornecer elementos analíticos para o estudo das práticas sexuais tanto no mundo nórdico quanto da Europa Setentrional na Alta Idade Média, como a Inglaterra Anglo-Saxônica. Nossas principais fontes primárias são as crônicas históricas como a obra de Saxo Grammaticus, Snorri Sturlusson e as inúmeras sagas islandesas. Também analisaremos a sexualidade escandinava presente nos mitos, preservados essencialmente na Edda Prosaica e Edda Poética, ambos do século XIII. Para a Era Viking, utilizaremos inscrições rúnicas e imagens disponíveis em monumentos pintados da ilha de Gotland. Como principal metodologia utilizaremos as pesquisas de Judith Jesch, Carol Clover, entre outros pesquisadores.

 

Conteúdo programático:

  • 1.1 O panorama social: família, casamento e condição feminina no mundo germano-nórdico alto medieval

  • 1.2 Sexo e cotidiano na Escandinávia da Era Viking

  • 1.3 A sexualidade na mitologia nórdica

 

Bibliografia:

Clover, Carol J. "Regardless of Sex: Men, Women, and Power in Early Northern Europe," Studying Medieval Women. ed. Nancy F. Partner. Cambridge: Medieval Academy of America. 1993. pp. 61-85.

Jacobsen, Grethe. "Sexual Irregularities in Medieval Scandinavia." Sexual Practices and the Medieval Church. eds. Vern L. Bullough and James Brundage. Buffalo: Prometheus Books. 1982. 72-85.

Jochens, Jenny M. "The Church and Sexuality in Medieval Iceland." Journal of Medieval History 6 (1980): 377-392.

Jochens, Jenny M. "The Illicit Love Visit: An Archaeology of Old Norse Sexuality," JHS 1 (1991): 357-392.

Karras, Ruth M. "Concubinage and Slavery in the Viking Age," Scandinavian Studies 62 (1990): 141-162.

Phelpstead, Carl. Size Matters: Penile problems in saga of Icelanders. Exemplaria 19(3), 2007, pp. 420-437.

Williams, Mary W. Social Scandinavia in the Viking Age. 1920; New York: Kraus Reprint Co., 1971.

 

 

 

Minicurso 7

16/06 a 18/06 das 08:00 à 10:00

 

 Édipo Rei: O Mito e seus Discursos

 

  • Profa. Maria Izabel Cavalcante Da Silva Albarracin (Mestranda – Universidade de Coimbra)

 

Determinar a origem de um mito é uma tarefa praticamente impossível. Seu lugar no passado é sempre impreciso, e as modificações que sofre com o tempo o tornam cada vez mais parte de uma história que parece sempre ter pertencido ao imaginário e às tradições de uma cultura. Sobre a perenidade dos mitos, afirma Claude Levi-Strauss que apesar de um mito referir-se sempre a acontecimentos que têm seu lugar no passado, o valor inerente a esse mito provém da estrutura permanente que esses acontecimentos constituem.

Apesar de ter sido representado na tragédia de Sófocles, provavelmente entre 427 e 425 a.C., o mito de Édipo possui uma tradição muito anterior, tendo sido mencionado na Odisseia 11.271-280, no século XI a.C. Ainda no século VIII a.C., o tema é tratado na Edipoia, extenso poema que não nos chegou completo, mas sobre o qual temos conhecimento.

O tratamento do tema de Édipo também não se esgota na magnífica tragédia sofocleana, mas a partir daí constitui um importante legado da recepção mítica e da tradição clássica.

Nossa proposta para esse minicurso, que pretende explorar a recepção do mito edípico na literatura, nas artes plásticas e no cinema, divide-se três sessões de duas horas cada, como vemos a seguir:

 

  • Sessão 1:

Nessa primeira sessão, discutiremos a questão mito x tragédia. Trataremos do enredo do mito edípico e de algumas de suas diferentes versões literárias ao longo da história.

  • Sessão 2:

Nessa sessão trataremos da presença do mito de Édipo na arte antiga, sobretudo na cerâmica, tapeçaria e em mosaicos, e falaremos da recepção do mito na arte ocidental mais recente (a partir do século XVI).

  • Sessão 3:

Discorreremos sobre Pier Paolo Pasolini e sobre sua versão cinematográfica para o mito de Édipo, analisando elementos cênicos e particulares ao filme Edipo Re (1967).

 

Indicações bibliográficas

BERTI, I.; MORCILLO, M. G. (org.). Hellas on screen. Stuttgart: Franz SteinerVerlag, 2008.

FIALHO, M. C. Z. Luz e trevas no teatro de Sófocles. Coimbra: CECH, 1992.

KIKO, F. Sophocles. The tyrannus. In: Poiesis Structure and Thought. Burkeley: 1966,  p. 200-242.

LEVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1985.

O'BRIEN, M. J. (org.). Twentieth century interpretations of Oedipus Rex. Londres:  Prentice-Hall, 1968.

ROMILLY, J. A tragédia grega. Lisboa: Edições 70, 2013.

SÓFOCLES. Rei Édipo. Introdução, tradução do grego e notas de Maria do Céu  Zambujo Fialho. Lisboa: Edições 70, 2006.

VELLACOTT, P. Sophocles and Oedipus. Londres: MacMillan Press, 1971.

VERNANT, J. P.; NAQUET, P. V. Mito e tragédia na Grécia antiga. Vários tradutores.  São Paulo: Perspectiva, 2011.

WINKLER, M. M. Cinema and classical texts: Apollo's new light. Nova York: Cambridge University Press, 2009.

 

 

 

 

Minicurso 8

16/06 a 18/06 das 08:00 à 10:00

 

A Construção da Imagem de Augusto: Fontes Textuais e Estatutária

 

  • Profa. Dra. Natalia Frazão José (UNESP)

 

Este minicurso propõe-se a discutir como a imagem do Imperador Augusto é construída no decorrer dos séculos I a.C. a III d.C., período que abrange parte da estrutura política romana conhecida como Principado. Para tanto, faremos uso de autores antigos como Veléio Patérculo, Plutarco de Queronéia, Suetônio, Lúcio Floro e Dión Cássio; personagens de arcos cronológicos distintos, que se inseriram na sociedade romana de maneira diversas e que, por sua vez, redigiram obras de caráter diversificados. Assim, temos como objetivo demonstrar as similaridades e diferenças em seus discursos sobre Augusto, salientando como suas obras auxiliaram na legitimação tanto deste Princeps como de toda estrutura política do Principado Romano. Por conseguinte, procuraremos destacar como estas narrações assemelham-se às criações artísticas esculturais sobre este mesmo Imperador, demonstrando características similares àquelas narradas pelos autores antigos já citados.

 

Bibliografia:

 

DION CASSIUS. Histoire Romaine. Traducción, Introdución et Notes par Guy Lachenaud et Marianne Coudry. Paris: Les Belles Lettres, 2011

FLORO. Epítome de la Historia de Tito Livio. Introducción, traducción y notas de Gregorio Hinojo Andrés y Isabel Moreno Ferrero. Madrid: Gredos, 2000.

PLUTARCO, SUETÔNIO. Vidas de César. Tradução e notas de Antônio da Silveira Mendonça e Ísis Borges da Fonseca. São Paulo: Estação Liberdade, 2007

PLUTARQUE. Vies Parallèles I. Traduction: J. Alexis Pierron. Revue et Corrigiée par Françoise Frazier.Introduction, notices, notes, bibliographie et chronologie par Jean Sirinelli. Paris: Flammarion, 1995.

SUENTONNIUS. The Lives of Caesars. Oxford: Oxford University Press, 2009.

VELÉIO PATÉRCULO. História Romana I. Trad. Maria Assunción Sánchez Manzano. Madrid: Gredos, 2001.

______. História Romana II. Trad. Maria Assunción Sánchez Manzano. Madrid: Gredos, 2001.

 

 

Minicurso 10

16/06 a 18/06 das 08:00 à 10:00

 

Discursos, Identidades e Sexualidades: Algumas Considerações Sobre A Educação Das Mulheres Romanas.

 

  • Profa. Dra. Renata Barbosa (Pós-Doutoranda UEL)

 

No que se refere ao estudo das mulheres romanas e sua educação, sabemos que as nossas fontes, especialmente as literárias, são relativamente ricas em referências às mulheres da elite, em comparação com as mulheres das camadas menos favorecidas. No entanto, as limitações das fontes literárias devem ser observadas, uma vez que elas contêm informações, principalmente fragmentárias e anedóticas sobre as mulheres, recaindo muitas vezes no excepcional, o que nem sempre pode ser considerado como representativa das mulheres da elite em geral. Isso torna arriscada a generalização e não permite conclusões definitivas sobre, por exemplo, o número de mulheres educadas dentro das famílias da elite ou o nível exato de sua educação. Na interpretação de qualquer passagem em particular, as regras do gênero, o preconceito e o propósito do autor, assim como público-alvo, devem ser mantidos em mente, tanto, que muitas provas consistem em comentários tendenciosos em favor ou contra a educação das mulheres e louvando ou criticando as mulheres educadas. Felizmente, o argumento com base nos textos literários pode, em alguns casos, ser verificado pela evidência epigráfica ou arqueológica; no entanto, muitas vezes não pode ir além de formular probabilidades, e muito do que se segue é, portanto, de natureza conjuntural. Nesse sentido, a proposta do minicurso é apresentar e discutir com os participantes, algumas fontes literárias que apresentam informações sobre as matronas romanas e sua formação educacional, principalmente no que tange aos discursos, identidades e sexualidades.

 

Palavras-chave: Mulheres romanas, Educação, Literatura, Discursos.

 

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS:

 

FEITOSA, L; FUNARI, P; SILVA, G. Amor, desejo e poder na Antiguidade: Relações de Gênero e representações do feminino. Campinas: Unicamp, 2003.

FINLEY, Moses. “As Silenciosas Mulheres de Roma” In: Aspectos da Antiguidade. Lisboa: Martins Fontes, 1990, pp: 149-164.

FUNARI, Pedro P. A. “Romanas por elas mesmas”. In. Cadernos Pagu. 1995. pp. 179- 200.

HEMELRIJK, Emily A. Matrona Docta: Educated women in the Roman élite from Cornelia to Julia Domna. London and New York: Routledge, 1999.

PANTEL, Pauline S. “A História das mulheres na História da Antiguidade, hoje”. In. DUBY, Georges & PERROT, Michelle (Org.). História das Mulheres: Antiguidade. V. 1, São Paulo: Ebradil, 1990.

POMEROY, S. B. Diosas, rameras, esposas y esclavas: mujeres en la antigüedad clásica. Madrid: Akal, 1987.

RICHLIN, A. (org). Pornography and representation in Greece & Rome. Nova York: Oxford University Press, 1992.

SELLAR, W. Y. The Roman Poets of the Augustan Age. Oxford: Clarendon Press, 1891.

STERNS, P. N. História das Relações de Gênero. São Paulo: Contexto, 2007.

THOMAS, Yan. “A Divisão dos Sexos no direito Romano”. In: DUBY, G. PERROT, M. História das Mulheres: Antiguidade. V. 1. Porto: Afrontamento, 1990, pp. 127-202.

 

 

Minicurso 11

16/06 a 18/06 das 08:00 à 10:00

 

Rituais e Representações da Magia no Império Romano

  • Profa. Dra. Semíramis Corsi (UFSM)

 

As práticas compreendidas como magia englobam diversos tipos de fenômenos que têm como natureza comum a pretensão em mudar o curso natural dos eventos mediante a utilização de rituais, procedimentos, objetos e forças sobrenaturais. Os antigos romanos não se isentaram desta crença generalizada. As evidências arqueológicas e literárias das épocas romanas mostram que havia praticantes de diversos tipos de magia, no Império Romano. De uma forma geral, durante o período do Principado, houve uma distinção entre práticas de magia populares consideradas maléficas e charlatãs – goetea – e outra magia incorporada em rituais de deuses da religião oficial romana e parte de estudos filosóficos sistematizados, a teurgia. O objetivo deste minicurso é abordar algumas problemáticas da magia no período do Principado Romano (final do século I a.C. e séculos I, II e meados do III século d.C.) por meio do marco jurídico (Tábua Sétima das Lei das Doze Tábuas, Lex Cornelia de sicariis et veneficis e Sentenças de Paulo), das evidências arqueológicas e da documentação textual (processos contra praticantes de magia e literatura). Utilizaremos uma bibliografia especializada sobre o tema, além de análises sobre os defixiones e os papiros com imprecações mágicas encontrados em território do Império neste período e análises sobre textos como os de Horácio, Ovídio, Petrônio, Apuleio e Filóstrato. Buscaremos com isso apresentar e debater sobre a ambiguidade da magia nas representações do período, sobre o gênero dos praticantes de magia nas práticas e nas representações e as relações da magia com questões de poder no contexto.

Palavras-chaves: Império Romano, Magia, Representações, Rituais.

 

Referências

CAMPOS, C. E. C. A estrutura de atitudes e referências do imperialismo romano em Sagunto. Rio de Janeiro: UERJ/NEA, 2014.

CORELL, J. Inscripcions romanes del país Valencià: (Saguntum i el seu territori). Primeira edição.Volume I. Ed: Universitat de València. Valência: 2002.

GORDON, R.; SIMON, F. M. Magical practice in the Latin West. Leiden: Brill, 2010.

GRAF, F. La magie dans l’ Antiquité greco-romaine. Ideologie et Pratique. Paris: Les Belles Lettres, 1994.

LUCK, G. Arcana Mundi: Magia y Ciencias Ocultas en el mundo Griego y Romano. Madrid. Ed: Gredos, 1995.

MEYER, M.; MIRECKI, P. Magic and ritual in the ancient world. Leiden:Brill, 2002.

OGDEN, D.  Magic in the Severan period. In: SWAIN, S. HARRISON, S. JAS’ ELSNER, A. SWAIN, S. (edits.) Severan Culture. Cambridge: Cambridge University Press, 2007, p. 458-469.

SILVA, G. V. da. Reis, Santos e Feiticeiros: Constâncio II e os fundamentos místicos da Basiléia. (337 - 361). Vitória: EDUFES, 2003.

SILVA, S. C. Magia e Poder no Império Romano. A Apologia de Apuleio. São Paulo: Annablume/FAPESP, 2012.

TUPET, A. M. La magie dans la poésie latine. Des origines à la fin du règne d’Auguste. vol. 01. Paris: Les Belles Lettres, 1976.

 

 

 

Minicurso 12

16/06 a 18/06 das 08:00 à 10:00

 

Deicidas, usurários e aliados do demônio: Os judeus no mundo tardo antigo e medieval

 

  • Dr. Sérgio Feldman (UFES)

Utilizando a historiografia geral e nossas pesquisas de uma década e meia, pretendemos analisar a formação da imagem judaica no Ocidente Cristão, através do olhar da História Cultural contraposta com algumas obras tradicionais, alternando interpretações e comparando, quando possível, algumas vertentes historiográficas sobre o tema. O trabalho será complementado com o uso de textos documentais breves, especialmente os relacionados com a demonização dos judeus. Objetivamos analisar o imaginário do judeu, com as seguintes ênfases: a) a imagem moldada pela Cristandade ocidental; b) as polêmicas entre os Padres da Igreja e os judeus (sec. IV a VII) / entre os dominicanos e os judeus (sec. XIII e XIV); c) a demonização do judeu na cultura européia.

 

Conteúdos (3 módulos de 2 horas) - total 6 horas

 

1º módulo: Os judeus no mundo antigo e na Antiguidade Tardia

•          O pergaminho ou livro de Ester: micro modelo de relações.

•          Os judeus no mundo helenístico: caso de Alexandria.

•          Os judeus no Império Romano até Constantino.

•          O Império cristão e os cidadãos de credo judaico

•          O Codex Theodosianus e o status da minoria judaica

•          S. Agostinho, S. Gregório Magno e outros.

 

2º módulo: A imagem dos judeus na literatura, no direito e na teologia.

•          S. Isidoro de Sevilha: apologética anti judaica na Antiguidade Tardia

•          A Lex Visigothorum: os judeus sob uma monarquia bárbara

•          Projeções da lei no Medievo. Reflexões sobre os judeus.

•          As Cruzadas e os judeus. Os Papas do século XII e XIII.

•           Os mendicantes e os judeus: os séculos XIII e XIV

•          O Juízo Final e o destino dos judeus

•          Os judeus e o Diabo: mitos medievais de longa duração

 

3º módulo: Os judeus na Península Ibérica medieval

•          Os reis e os judeus na “Reconquista cristã”: séculos XI a XIII

•          Relações entre as três religiões no âmbito do período. Análise de caso: Castela.

•          Debates teológicos na Península Ibérica: casos de Barcelona (Aragão)

•          O ocaso do judaísmo sefaradita: as conversões forçadas (1391)

•          Os conversos e sua participação no projeto de conversão:

•          Debates teológicos na Península Ibérica: Tortosa (Aragão)

. •        A questão da pureza de sangue: Toledo (1449) até a restauração da Inquisição

•          A expulsão dos judeus dos reinos ibéricos (1492 -1497)

 

 

 Clique aqui - Referências Bibliograficas

 

Minicurso 13

16/06 a 18/06 das 08:00 à 10:00

 

A Prática da Pesquisa em História Medieval

 

  • Prof. Dr. Mário Jorge da Motta Bastos (UFF – NIEP-Prék – Translatio Studii)

       E-mail: velhomario@gmail.com

 

Ementa: Métodos e Técnicas de pesquisa em História. Correntes de interpretação e controvérsias historiográficas no campo da História Econômica, Social, Política e Cultural. O Projeto de Pesquisa. A produção do conhecimento em História Medieval.

 

Objetivos: O curso objetiva estabelecer um panorama geral e atualizado dos campos primordiais da pesquisa em História, caracterizando as suas principais linhas de rumo, as controvérsias e polêmicas dominantes, bem como os conceitos centrais que fundamentam a mais recente produção historiográfica. Objetiva, ainda, propiciar aos alunos o contato com metodologias e técnicas diversas de pesquisa em História visando, em especial, à elaboração do projeto de pesquisa e o seu desenvolvimento, com ênfase na área de História Medieval.

 

  • I. Introdução:

  • I.1. História e paradigmas rivais

  • I.2. Especialização e “visão de conjunto”

  • II. Territórios do Historiador

  • II.1. História e Ciências Sociais;

  • II.2. A História “Adjetivada”

  • III. Métodos e Técnicas de Pesquisa

  • III.1. O Projeto e a Pesquisa

  • III.2. A produção do conhecimento em História Medieval.

 

IV. Bibliografia Básica Indicada (10 livros):

ARÓSTEGUI, Julio. A pesquisa histórica: teoria e método. Bauru, SP: Edusc, 2006.

BARROS, José D’Assunção. O Projeto de Pesquisa em História. Da Escolha do Tema ao Quadro Teórico, vol. I. Rio de Janeiro: CELA, 2001.

________. “Projeto de Pesquisa – suas funções e partes constitutivas”, Revista Tema Livre, 13, 2010, disponível em http://www.revistatemalivre.com/).

BASTOS, Mário Jorge da Motta & PACHÁ, Paulo Henrique de Carvalho. “Por uma negação afirmativa do ofício do Medievalista!”, In: BOVO, Claudia Regina et al. (org.). Anais Eletrônicos do IX Encontro Internacional de Estudos Medievais: O oficio do Medievalista. Cuiabá: ABREM, 2011, pp. 506-515.

CARDOSO, Ciro Flamarion S. & VAINFAS, Ronaldo (orgs.). Domínios da História. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

________. Novos Domínios da História. Rio de Janeiro: Campus, 2011.

CARDOSO, Ciro Flamarion Santana. Narrativa, Sentido, História. São Paulo: Papirus, 1997.

DUBY, Georges. A História Continua. Rio de Janeiro: Jorge Zahar , 1993.

GUERREAU, Alain. El futuro de un pasado. La Edad Media en el siglo XXI. Barcelona: Crítica, 2002.

LE GOFF, Jacques & NORA, Pierre (orgs.). História: Novos Problemas. Novos Objetos. Novas Abordagens, 3 vols., Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.

WOOD, Ellen M. & FOSTER, John B. Em defesa da História: marxismo e pós-modernismo. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1999.

 

 

 

Minicurso 14

16/06 a 18/06 das 16:30 à 18:30

 

Arqueología, una aproximación científica al pasado del hombre

 

  • Professora Marcela Zapata-Meza do Centro de Investigación en Culturas de la Antigüedad  Proyecto Arqueológico Magdala

 

1. Introducción: ¿Qué es y cómo se hace arqueología?  

2. Una radiografía de la superficie de la tierra: Prospección Geofísica  (técnicas y beneficios).

3. Cirugía de la superficie de la tierra: Metodología y técnicas de excavación.  

4. Estudio y diagnóstico: Análisis de materiales.

5. Integración de datos

 

Bibliografía  recomendada    

1. Barker, Philip (1977). “Techniques of archaeological Excavation”. New York. Universe Books.

2. Manzanilla N., Linda R. (editora). Introducción. En: “Unidades habitacionales mesoamericanas y sus áreas de actividad”. México. UNAM

3. Manzanilla N., Linda R. (2914) “Estudios arqueométricos del centro de barrio de Teopancazco en Teotihuacan”. México. UNAM

4. Manzanilla N., Linda R. (2014) “Can Government Be Self-OOrganized? A Mathematical Model of the Collective Socail Organization of Ancient Teotiguacan, Central Mexico. PLOS ONE. October 2014, Volume 9

5. Shiffer, Michael B. (1987). Formation Process of the Archaeological Record. Albuquerque. University of New Mexico Press 

 

 

VI CIEAM

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